Maledicência
pelo espírito de
Joanna de Ângelis
Médium: Divaldo Franco
Livro: Lampadário
Espírita
Espinho cruel a ferir indistintamente é a palavra de quem acusa;
cáustico e corrosivo é o verbo na boca de quem relaciona defeitos;
veneno perigoso é a expressão condenatória a vibrar nos lábios de
quem malsina; lama pútrida, trescalando fétido, é a vibração sonora
no aparelho vocal de quem censura; borralho escuro, ocultando a
verdade, é a maledicência destrutiva.
A
maledicência é cultura de inutilidade em solo apodrecido.
Maldizer significa destruir.
A
verdade é como claro sol. A maledicência é nuvem escura. No entanto,
é invariável a vitória da luz sobre a treva.
O
maledicente é atormentado que se debate nas lavas da própria
inferioridade. Tem a visão tomada e tudo vê através das pesadas
lentes que carrega.
A
palavra malsinante nasce discreta, muitas vezes, para incendiar-se
perigosa, logo mais, culminando na calúnia devastadora.
Não
há desejo de ajudar quando se censura. Ninguém ajuda condenando.
Não
há socorro se, a pretexto de auxílio, se exibem as feridas alheias à
indiferença de quem escuta.
Quanto possível, extingue esse monstro da paz alheia e da tua
serenidade, que tenta dominar-te a vida.
Caridade é bênção sublime a desdobrar-se em silencioso socorro.
Volta as armas da tua oração e vigilância contra a praga da
maledicência aparentemente ingênua, mas que destrói toda a região
por onde prolifera.
Recusa a taça venenosa que a observação da impiedade coloca à tua
frente.
Desculpa o erro dos outros.
É
muito mais fácil informar-se erradamente do que atingir-se o fulcro
da observação exata.
As
aparências não expressam realidades.
A
forma oculta o conteúdo. Ninguém pode julgar pelo exterior.
Quando vier a tentação de acusar e apontar defeitos, lembra-te das
próprias necessidades e limitações e, fazendo todo o bem possível ao
teu alcance, avança na firme resolução de amar, e despertarás, além
das sombras da carne por onde segues, num roteiro abençoado onde os
corações felizes e livres buscam a Vida Verdadeira.
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